Existe uma ferramenta muito democrática e acessível a todos.
Ela está literalmente nas nossas mãos.
Um simples toque com esta ferramenta torna o aprendizado ou correção quase que instantâneos e óbvios para seus alunos e pacientes.
Qual é esta ferramenta que estou falando?
Estou falando dos nossos dedos aplicando toques proprioceptivos.
Os toques proprioceptivos e a propriocepção como um todo, estão se mostrando muito eficientes nos processos de reabilitação. Seja no caso de uma lesão no quadril como neste estudo por exemplo, ou para a reeducação postural.
Mas antes de falarmos de propriocepção, precisamos dar um panorama geral sobre receptores sensoriais
Receptores sensoriais e sua troca de informações
Os receptores sensoriais fazem parte de um sistema chamado “sistema sensorial somático”. Todos os nossos sentidos contribuem neste sistema. Ou seja, nosso sentidos de visão, audição, tato, olfato e paladar contribuem para ele.
Nós conseguimos classificar esses receptores sensoriais, de duas formas:
- 1. Funcional;
- 2. Anatômica.
Dentro da forma funcional, temos quimioceptores, nociceptores, mecanoceptores, termoceptores e fotoceptores.
Já na forma anatômica, temos exteroceptores, interceptores e proprioceptores.
Não vamos destrinchar aqui cada um deles para não ficar muito longo. O nosso foco aqui será nos proprioceptores.
Então, vamos a ele…
O que é propriocepção
Propriocepção é também chamado de cinestesia ou estímulos sensório-motores. Nada mais é do que:
“A capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. Resulta da interação das fibras musculares que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno.” – (Wikipedia)
Os estímulos proprioceptivos vão acrescentar ao indivíduo:
- Coordenação;
- Consciência corporal.
E os exercícios de propriocepção, por sua vez, darão a pessoa:
- Equilíbrio;
- Precisão de movimento.
Os proprioceptores são órgãos sensitivos localizados profundamente nos músculos (fuso muscular), tendões (OTG – Órgão Tendinoso de Goldi), ligamentos/articulações (Rufine e Passini) e também no Labirinto (sistema vestibular).
Eles recebem e transportam para o sistema nervoso central informações sobre tensões, pressões ou distensões nas variadas partes do corpo, para que o cérebro (e/ou também a fáscia – deixo aberto este tema para discutirmos futuramente) decida como reagir para manter o equilíbrio, evitar uma torção ou ainda corrigir a postura, por exemplo.
Existem dois tipos de propriocepção:
Os tipos de Propriocepção
Os proprioceptores atuam de duas formas em nosso corpo. Existe a:
Propriocepção consciente
São os estímulos que conseguem entregar ao nosso cérebro uma sensação e conhecimento preciso, seguro, das movimentações articulares, do posicionamento do corpo, dos movimentos voluntários e da extensão dos nossos membros dentro do espaço.
E também existe a:
Propriocepção inconsciente
Estas não geram sensação nenhuma nos indivíduos. Elas passam pelo reflexo miotático e também através de alguns outros elementos do sistema nervoso que tendem a trabalhar nivelando ou ajustando os movimentos corporais e a postura, como por exemplo o cerebelo e o labirinto.
E aqui entra algo muito importante para ajudar na neuroeducação do seu paciente ou aluno para que ele consiga melhorar sua postura e reeducá-la. Ou simplesmente até executar um exercício de maneira correta, otimizando seus resultados.
Estou falando dos…
Toques proprioceptivos: o despertar da reeducação.
Muitas vezes nosso paciente ou aluno não tem coordenação e consciência corporal. Seja por alguma falha no aprendizado motor ou simplesmente por nunca ter realizado determinado movimento.
Então, o que precisamos fazer?
Se você leu atentamente, saberá que precisará dar estímulos proprioceptivos para ajudar em sua coordenação e consciência corporal. Isso ajudará a trazer ao nível consciente do aluno, o movimento e postura correta de execução do exercício.
Veja o vídeo abaixo da nossa embaixadora Carol Lemes:
Ao tocar no topo da cabeça do aluno e pedir para ele “empurrar a mão”, faz com que o cérebro do aluno aprenda, quase que instantaneamente, o que ele precisa fazer, para alinhar sua coluna e manter um bom padrão postural.
Tocando os dedos no quadril e costela e pedindo para ele aumentar o espaço entre eles, ela está criando uma imagem objetiva, de fácil compreensão para o cérebro do aluno, mostrando o sentido do movimento que ele precisa realizar.
Tudo isso são toques proprioceptivos. Eles são fundamentais para uma prática correta e eficiente dos exercícios. E falando do LPF especificamente, esses toques proprioceptivos possuem a finalidade de manter o tensionamento excêntrico contínuo no sistema fascial, proporcionando uma mobilização ideal e resultados muito expressivos para o CORE.
Realizando esses toques precisos e pontuais em seus alunos e pacientes, deixará a correção da postura e movimento muito mais fácil para eles, pois o tato é a via direta para o sistema límbico e uma experiência que será rapidamente processada. Portanto, os toques proprioceptivos são a maneira mais rápida e eficaz de realizar uma reeducação postural e corrigir padrões de movimentos prejudiciais.
O LPF, treinamento neuromiofascial baseado em neuroeducação, se baseia nestes princípios e utiliza dos toques proprioceptivos precisos e bem direcionados no processo de ensino – aprendizado da metodologia.
Vale ressaltar, que é importante o profissional entender o porquê de cada toque proprioceptivo e aplicá-lo de forma correta, atentando-se ao local do toque e a pressão exercida. Nas Formações Low Pressure Fitness, abordamos neurociência e explicamos que caso o profissional realize um toque proprioceptivo errado em sua sessão de LPF, pilates, RPG, musculação, entre outras modalidades que envolvem o conhecimento em posturologia, a informação será processada e integrada no SNC do aluno de maneira errada. Sendo assim, o aluno “não aprende“ e processo ensino – aprendizado de um novo padrão de postura e movimento é prejudicado .
E você? Sabe utilizar corretamente os toques proprioceptivos?
Até um próximo artigo!
Bibliografia:
- ALPINA DIGITAL BRANDING. Low Pressure Fitness: O segredo da barriga negativa.
Disponível em: https://diariodamanha.com/noticias/low-pressure-fitness-o-segredo-
da-barriga-negativa/ - EDUCAÇÃO. Portal Educação – Artigo.Disponível em:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-
fisica/proprioceptores-troca-de-informacoes/41665 - MARTIMBIANCO et al. Efeitos da propriocepção no processo de reabilitação das
fraturas de quadril. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522008000200010 - MATOS, F. Cinesioterapia – Propriocepção. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=isrTrx-ZNuM - Propriocepção. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Propriocepção