A riqueza da metodologia de ensino do Low Pressure Fitness é encontrada tanto nos aspectos gerais e fundamentos, quanto nos detalhes a serem levados em consideração ao planejar uma sessão prática. Neste artigo, aprofundaremos sobre como pensar e organizar uma sessão de LPF.
Talvez uma das chaves para o sucesso e inclusão do LPF nas universidades e centros de saúde seja a visão integrativa do método, derivada da fusão da técnica hipopressiva com a reeducação postural e respiratória, mobilização neuromiofascial e técnicas espirais baseadas na neurodinâmica . Mas, acima de tudo, o grande segredo do LPF pode ser o ensino dos professores certificados LPF:
“quem mais sabe não é o melhor professor, mas sim quem melhor ensina”.
De fato, antes de uma sessão LPF há uma aplicação detalhada de todas as variáveis implícitas no planejamento de uma sessão prática: tempos e ritmos, tipo e tensão postural, padrões de respiração e exercícios, nível de exigência, objetivos definidos, prioridades, particularidades de cada praticante, combinações de exercícios, evolução e progressão do ensino e aprendizagem, … e, claro, tudo isso após uma adequada avaliação inicial de cada praticante.
Diante dessas premissas, fica evidente que o LPF-CT (profissional certificado em LPF) deve ser capaz de se responsabilizar pela constante tomada de decisão e planejamento dos treinamentos. O LPF difere de algumas atividades fitness que já “te dão ‘o roteiro’ das aulas do mês” e onde o treinador é um mero transmissor que não participa na concepção da sessão. O LPF incentiva o enriquecimento e a capacidade criativa que o método pode proporcionar quando o LPF-CT usa o raciocínio, decisão, visualização e criatividade. Ou seja, quando o profissional certificado LPF está disposto a pensar e criar dentro das possibilidades oferecidas pela escola Internacional Hypopressive & Physical Therapy Institute.
Ferramentas que temos
A análise das diferentes variáveis a serem tratadas para o planejamento de uma sessão de LPF e suas múltiplas combinações permitem que possamos encontrar inúmeras propostas. Apresento um esquema como exemplo do que deve ser levado em consideração:
- Duração e conteúdo de cada parte da sessão: o aquecimento para lançar as bases, a parte principal para o desenvolvimento dos exercícios de LPF e o relaxamento para recuperar a calma.
- Objetivos prioritários: postural, respiratório ou visceral.
- Objetivos complementares: mobilidade, equilíbrio, mobilização neuromiofascial, propriocepção, reequilíbrio do sistema nervoso autônomo (simpático-parassimpático), recuperação pós-parto, desempenho esportivo.
- Posturas, transições, exercícios: carga – descarga por exemplo.
- Ferramentas e implementos: como o adicionado pelas especializações Wall Series e Materials
- Tipo de sequência de exercícios: ordem, número de repetições e transições entre eles.
- Ritmos respiratórios possíveis em relação à duração da inspiração-expiração: 2-3, 2-4, 3-6, outros.
- Qualidade da expiração: passiva, resistida e forçada.
- Aspectos relacionados à apneia e vácuo: exercícios com ou sem apneia, duração, apneias estáticas ou dinâmicas, número de respirações entre as apneias. Preparação para o vácuo e observação da sua qualidade em cada aluno.
- Mobilização da coluna vertebral ou de seus segmentos (cervical, dorsal, lombar): flexão, extensão e rotação.
- Mobilização do braço: diferentes alturas, posição de cada uma das articulações dos membros superiores, simetria e assimetria. Tipo de espiral de braço.
- Colocando em tensão postural: baixa, média e alta.
- Cadeias musculares envolvidas: anterior, posterior, lateral e cruzada, com simetria ou assimetria.
- Tipo e características de cada praticante.
Disposto a pensar
Para abranger e expandir a análise anterior, proponho uma série de perguntas a se fazer ao projetar a sessão.
Se prestarmos atenção às posições da LPF:
- Priorizamos objetivo postural ou descarga visceral?
- Que cadeias musculares envolvemos?
- Quais tensões posturais devem ser destacadas em cada momento da sessão?
- Quanto tempo é gasto em cada postura, em que ordem e quais são as transições possíveis entre elas?
Quando se presta atenção ao movimento:
- Que movimento e que amplitude deve ser aplicada em cada articulação das extremidades e em cada segmento da coluna vertebral?
- Que mobilização neurodinâmica do plexo braquial e sacral pretendemos mobilizar e que interfaces implicamos?
Ao planejar a respiração:
- Que tempo é dedicado à inspiração e expiração com base em sua relação com a atividade simpática ou parassimpática em cada momento da sessão?
- Quando decidimos dar mais destaque aos músculos inspiratórios ou expiratórios?
- Quanto tempo damos a cada período de apnéia e as fases intermediárias?
Do ponto de vista da organização temporal no desenvolvimento das rotinas LPF:
- Quais metas de curto e médio prazo você define?
- Que evolução e que progressões são possíveis?
- Quantas sessões semanais serão realizadas e com que duração?
- Em que horários fazemos as avaliações e que variáveis analisaremos em cada uma delas?
Em relação a outros aspectos organizacionais da sessão:
- Quantas pessoas haverá em cada sessão (individual, dupla, pequenos grupos)?
- Que questionários, avaliações iniciais e controles subsequentes realizamos ou realizaremos?
- Quais recomendações e propostas de melhorias de hábitos saudáveis seriam adequadas para cada aluno?
A diferença está nos detalhes
Em todos os itens acima, há espaço para os aspectos mais sutis que ajudam a fazer a diferença em um profissional certificado em LPF:
- Cuidar da palavra e da correta transmissão das instruções verbais.
- Elegância e precisão nos movimentos.
- Uso cuidadoso e eficaz do toque para correções posturais.
- Crie um ambiente agradável cuidando de questões físicas: qualidade dos materiais, temperatura, umidade, luz e horários adequados (bem como os cuidados recomendados em tempos de pandemia).
- Manter um ambiente agradável cuidando das sensações que vão sendo percebidas: uma entonação agradável e rítmica, calor e entusiasmo no olhar, motivação, cumplicidade e respeito nos gestos, …
- Conhecimento da situação particular de cada aluno, tanto do ponto de vista físico como emocional, de forma a trabalhar com empatia e assim acompanhá-lo na concretização dos seus propósitos.
- Demonstrar envolvimento, dedicação e responsabilidade constantes; além de evoluir através do estudo, observação e aprendizagem, a fim de aprimorar o conhecimento e poder oferecê-lo como um auxílio aos nossos alunos.
As considerações anteriores serão muito úteis para desenhar a sessão ideal, visando o correto aprendizado e integração da técnica LPF. Como todo processo formativo e educacional, por trás de seu sucesso se esconde um bom professor que nunca para de aprender. Na LPF estamos comprometidos com a melhor formação e qualidade profissional para criar uma experiência única.
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Autora:
Olga García Rodríguez, LPF-Coach